A transição energética é o caminho para a transformação do setor energético global. Com ela, trocamos os sistemas fósseis de produção e consumo de energia, incluindo petróleo, gás natural e carvão, por fontes de energia renováveis, como a eólica e solar, além das baterias de íon-lítio.
Depois de um longo período dependendo de regulamentações e burocracias para o crescimento do setor, as renováveis finalmente ganharam espaço como uma alternativa eficiente e econômica. Em algumas regiões dos EUA e Reino Unido, já é possível pagar mais barato em sistemas de energia eólica ou solar do que em recursos tradicionais de alto carbono.
No entanto, a geração de energia a partir de fontes renováveis é apenas uma parte da transição energética. Temos também a produção de estruturas para promover mobilidade elétrica, o armazenamento efetivo da energia, além do desenvolvimento de tecnologias em prol da eficiência energética.
Estimulada por muitas questões, incluindo a transformação dos centros urbanos em Cidades Inteligentes, a transição energética pode ser entendida através de três fatores principais: ambiental, econômico e social.
Ambiental
Os desafios relacionados à preservação ambiental ganharam força com os tratados internacionais a favor da descarbonização total. Em 2018, o Jornal Oficial da União Europeia publicou a Diretiva (UE) 2018/2001, do Parlamento e Conselho Europeus sobre a Diretiva de Renováveis 2030. Nela, foi definido que, a fim de reduzir a emissão de gases de efeito estufa, é necessário que, no mínimo, 32% da energia produzida seja limpa – falando aqui à nível de União Europeia.
Antes disso, em 2016, a Comissão Europeia criou o Pacote de Energia Limpa para todos os Europeus. Visando atualizar a estrutura da região em prol de planejamentos futuros de transição energética para cumprir os compromissos do Acordo de Paris, esse pacote é composto por regras focadas em 5 dimensões:
- segurança energética
- mercado interno de energia
- eficiência energética
- a descarbonização da economia
- pesquisa, inovação e competitividade
Em 2019, a UE concluiu esta atualização abrangente de sua estrutura de política energética a favor de um sistema urbano mais ecológico e sustentável. Com isso, a meta de alcançar a neutralidade do carbono até 2050 ainda é válida. No entanto, é necessário a transição para as renováveis e o aumento do peso da eletricidade. A partir disso, veremos também uma contribuição favorável para aumentar as ofertas de trabalho e atrair investimentos.
Econômico
Atualmente, no que tange os assuntos relacionados à economia, é importante contextualizar o momento presente e considerar as respostas à pandemia do Covid-19. Pensando nesse cenário, percebemos que as soluções a curto prazo devem estar alinhadas às metas de médio e longo prazos da Agenda 2030 da ONU.
Isso se dá ao fato dos desafios sociais, econômicos e ambientais estarem entrelaçados à economia como um todo. Por esse motivo, decisões políticas e investimentos isolados podem representar um risco muito alto para as lideranças e organizações mundiais.
Porém, de acordo com o relatório Recuperação pós-COVID: uma agenda para resiliência, desenvolvimento e igualdade, elaborado pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), é possível fazer esse alinhamento entre demandas sociais, ambientais e econômicas a partir de políticas e investimentos públicos em transição energética.
Esse estudo também descreve as atividades de estímulo imediato necessárias para os próximos três anos (2021-2023). Ele mostra também as medidas para uma recuperação de médio prazo ao longo desta década. Em uma base anual, o aumento dos investimentos públicos e privados em energia para R$4,5 trilhões por ano pode impulsionar a economia global em 1,3%. Como resultado, teríamos 19 milhões de empregos relacionados à transição energética até 2030.
Por serem produzidas localmente, outro benefício econômico das renováveis é que elas não sofrem oscilação de preço igual ao petróleo. Além disso, com a evolução tecnológica dos sistemas renováveis, investir em energia limpa ficou mais seguro.
Saiba mais: A crise do petróleo de 2020 e o avanço das energias renováveis
Social
Como já vimos, a energia renovável fornece soluções seguras para o clima e benefícios econômicos para as cidades. Além disso, as mudanças nas tecnologias energéticas reformulam também as práticas sociais, valores, relações e instituições, além de gerar novos modelos de negócios e maneiras de aprender e viver.
As vantagens socioeconômicos multifacetadas da transição energética vêm ganhando destaque como uma realidade importante para os tomadores de decisão. Os impactos econômicos dessa atividade já estão se tornando mais visíveis, principalmente com o avanço das Cidades Inteligentes.
Além dos aspectos climáticos e ambientais da implantação de energia renovável, é essencial maximizar os benefícios sociais para garantir uma mudança justa, oportuna e economicamente ecológica. Uma transição energética correta espalha amplamente os benefícios da energia renovável e aprimora as estruturas e organizações urbanas em prol de uma maior qualidade de vida.
Diante tudo isso, vemos que existem muitas soluções e estratégias de transição energética. Em todas elas, esse momento de mudança passa pela descentralização da produção de energia e a conscientização dos cidadãos e lideranças sobre a importância do uso eficiente dos recursos naturais. Além disso, há também a criação de novas propostas e modelos de consumo.
As engrenagens principais da transição energética são, portanto, a inovação e o investimento em novas tecnologias existentes. Uma mudança verdadeira e efetiva começa, primeiramente, quando compreendemos que consumir menos e melhor é mais interessante do que procurar novos jeitos de produzir mais energia.
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