Não podemos separar o desenvolvimento da saúde da disponibilidade de energia limpa, sustentável e acessível. Isso porque os ambientes hospitalares são locais de atividades diárias e ininterruptas. Logo, todo o sistema de saúde depende de um fornecimento elétrico contínuo e confiável para funcionar.
Atualmente, uma em cada dez pessoas no mundo (800 milhões) não tem acesso à eletricidade. Outros 2,8 bilhões de pessoas não possuem um abastecimento elétrico confiável o suficiente para garantir sua subsistência ou para o funcionamento de escolas e instalações de saúde. E na pandemia, a desigualdade do acesso global à energia aumentou ainda mais.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que cerca de 830 mulheres ao redor do mundo morrem todos os dias de complicações relacionadas à gravidez ou parto. Quase todas as mortes acontecem em países em desenvolvimento e a maioria poderia ser evitada com um fornecimento adequado de eletricidade a partir das renováveis.
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Logo, não é difícil perceber que essas problemáticas estão bem interligadas à necessidade da transição energética mundial.
Transição energética e o desenvolvimento da saúde universal
Quando falamos sobre transição energética, precisamos entender também que essas mudanças envolvem muito mais que apenas lidar com as questões climáticas. Existem vários motivos que fazem da energia renovável uma propulsora da saúde universal de qualidade e acessível. Alguns deles são:
- Acesso à eletricidade: A maior parte das unidades de saúde primárias, localizadas remotamente em países em desenvolvimento, estão fora da rede elétrica. Logo, a energia renovável, por ser descentralizada, fornece acesso à eletricidade para esses locais de forma mais fácil e eficaz.
- Energia de qualidade e contínua: Além do acesso à energia, as renováveis também fornecem aos seus produtores um abastecimento de qualidade e contínuo.
- Redução de custos com eletricidade: Como bem sabemos, as renováveis reduzem, de forma considerável, os gastos com eletricidade, visto que a produção é próxima ao local de consumo e descentralizada, ou seja, não depende de nenhuma produtora contratada.
- Aumento da resiliência do sistema de saúde: As renováveis também ajudam a construir sistemas de saúde mais resilientes, ou seja, o fornecimento de energia confiável garante que os principais sistemas de saúde funcionem com eficácia e segurança.
- Sustentabilidade: Não podemos esquecer que a saúde anda de mãos dadas com a sustentabilidade. Logo, quando investimos nas renováveis, além de melhorar o sistemas de saúde, também tornamos a população mais saudável, visto que muitos problemas são causados devido ao excesso de poluição.
Os argumentos sobre o porquê de se investir nas renováveis em prol da saúde universal estão bem claros. Porém, essa é uma discussão que não pode acabar, uma vez que a conscientização sobre essas urgências está cada vez mais de escanteio.
Por isso, é importante discutir esse tema e sempre trazê-lo para conversas sobre a transição energética!