Sustentabilidade
23 de janeiro de 2019

Aquecimento global é fake ou verdade?

Separamos alguns dados que mostram se o aquecimento global é fake, como algumas pessoas defendem, ou se precisamos prestar atenção.

Polêmica à vista: você acha que o aquecimento global é fake – como algumas pessoas defendem –, ou acredita que se trata de uma realidade e que algo precisa ser feito por nós?

Separe alguns minutinhos e entenda o que é e quais são os fatos que explicam o motivo de precisarmos conversar sobre esse assunto.

O que é aquecimento global?

Antes de mais nada, é preciso entender que o aquecimento global é um fenômeno natural da Terra.

Trata-se de um processo em que a temperatura média global dos oceanos e da atmosfera vai mudando ao longo dos anos. Na prática, essa temperatura vai aumentando por conta do acúmulo de altas concentrações dos gases do chamado efeito estufa – esses gases bloqueiam o calor do Sol e o prende na superfície do planeta, aumentando a temperatura média.

Bom, aí você pode pensar: “Então o efeito estufa é algo ruim”. Não! Ele é essencial para a vida no planeta, pois sem essa concentração de calor na superfície terrestre, a temperatura média da Terra seria em torno de 18ºC – negativos! Atualmente, essa média gira em torno de 14ºC. Ou seja, se estamos vivos, o efeito estufa tem parte nisso.

Mas quais são esses gases que interagem com a radiação solar e causam o efeito estufa? Eis alguns exemplos de GEEs, como são conhecidos:

  • H2O (vapor de água);
  • CO2 (dióxido de carbono);
  • CH4 (metano);
  • N2O (óxido nitroso);
  • a família dos CFCs (clorofluorcarbonetos).

Todos esses gases, portanto, absorvem a radiação solar e emitem de volta para a nossa superfície a radiação infravermelha – o calor.

Bom, mas onde os as pessoas entram nisso? Ocorre que está havendo um aumento significativo dos GEEs por conta da ação humana, que tem desequilibrado o ecossistema – o desmatamento, por exemplo, é uma dessas ações, pois as florestas são muito importantes para o equilíbrio entre oxigênio e gás carbônico no planeta. Outro exemplo é o alto uso de combustíveis fósseis derivados de carvão, petróleo e gás natural, que, quando entram em combustão, liberam mais gases na atmosfera.

E o resultado disso tudo? O aquecimento global – um processo natural – está se intensificando por conta dessas ações humanas, como acreditam alguns cientistas e pesquisadores. Na prática, isso significa que a temperatura média do planeta está aumentando mais rápido do que o normal.

Quais fatos comprovam que o aquecimento global está se intensificando?

1. O planeta está mais quente

Em matéria publicada em dezembro de 2018 pelo portal BBC Brasil, estudos da Organização Meteorológica Mundial (OMM) indicam que a Terra está, neste momento, quase 1ºC mais quente do que estava antes da Primeira Revolução Industrial de 1850.

Isso pode não significar muito para nós, mas, de acordo com os cientistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), se essa tendência de aumento continuar, as temperaturas poderão subir entre 3 e 5ºC até o ano 2100.

Na prática, o nível do mar subirá (causando a inundação de várias cidades litorâneas, o desaparecimento de ilhas e a destruição de países inteiros), e até a nossa capacidade de cultivo de alimentos como arroz, trigo e milho estaria ameaçada por conta do aumento da acidez dos oceanos, sem falar nas secas mais intensas e, também, em períodos de chuvas mais fortes que o de costume. Dá uma olhada neste estudo da Universidade de Bristol, no Reino Unido.

2. O mundo bateu recordes de calor em 2018

Em entrevista divulgada ao portal G1, o diretor de pesquisa do Laboratório Francês de Ciência do Clima e do Meio Ambiente, Robert Vautard, afirmou que o aquecimento global está fazendo com que o mundo entre em uma nova era climática, sobre a qual pouco se conhece.

“O que nós sabemos, agora, é que a amplitude das ondas de calor que estamos tendo na Europa, mas não só na Europa, está relacionada às mudanças climáticas”, disse na publicação.

E o ano de 2018 bateu todos os tipos de recordes de temperatura.

Portugal registrou máxima de 46,8ºC, assim como a própria França tem sofrido com recordes de calor. Em Palm Springs (Estados Unidos), a cidade chegou a registrar 50ºC e, em Quebec (Canadá), foi registrada a sensação térmica de 45ºC. No Japão, 80 pessoas morreram por conta das altas temperaturas e a Suécia teve o verão mais quente dos últimos 200 anos. Aliás, você deve ter acompanhado nos noticiários que Antonina, uma pequena cidade do Paraná, registrou em dezembro de 2018 uma temperatura de 43,9ºC e uma sensação térmica que chegou a 57ºC.

3. O gelo também está ameaçado no Ártico

Em 2012, a extensão do gelo do mar do Ártico chegou ao nível mais baixo já registrado, de acordo com o Comitê de Auditoria Ambiental do Parlamento do Reino Unido.

Com o aquecimento global e a aceleração do derretimento desde o início dos anos 2000, acredita-se que o Oceano Ártico poderá ficar sem gelo no verão antes do ano 2050.

Eis o gráfico dos últimos 15 anos:

Mas aí você pode pensar: “E quanto aos recordes de frio que alguns países estão vivendo em seus invernos?”.

Bom, saiba que as temperaturas globais não aumentam de maneira igual e linear em todos os cantos do planeta. Existem muitos fatores que acabam influenciando o clima, sejam esses naturais, terrestres, extraterrestres e causados pela ação humana.

Enquanto no Ártico a extensão do gelo está diminuindo, na Antártida está aumentando, pois, lá, o clima é afetado de forma diferente em razão das correntes marítimas e dos ventos que acabam protegendo a região de muitas influências climáticas. Mas isso não invalida o fato que a temperatura média, como um todo, está aumentando mais rapidamente com o aquecimento global. 

4. A ação humana está influenciando nesse rápido aumento de temperatura

Os países estão emitindo muitos gases de efeito estufa, o que acaba desequilibrando esse processo que era natural, fazendo com que mais calor fique preso na superfície terrestre.

Dados de 2017, do Centro Comum de Pesquisa da Comissão Europeia e da Agência Holandesa de Avaliação Ambiental (PBL), afirmam que apenas China e Estados Unidos, por exemplo, são responsáveis por mais de 40% do total global de emissões, e os 10 maiores países emissores liberam, juntos, 60% ­– o Brasil é um deles.

Uma pesquisa da Universidade de Reading (Reino Unido) demonstrou que o estabelecimento de políticas que garantam que a temperatura aumente até, no máximo, 2ºC até 2100 poderá reduzir 65% dos impactos ambientais.

E então, o aquecimento global é fake ou verdade?

Bom, diante de todos esses fatos – existem outros, além de uma série de estudos e pesquisas realizadas em todo o mundo –, não podemos dizer que o aquecimento global é fake.

Ele é um fenômeno natural que, infelizmente, com a ação humana, tem estado em desequilíbrio. Qual é a nossa parte nisso?

Além de priorizarmos uma educação ambiental que promova um estilo de vida mais sustentável, também precisamos fiscalizar os atos do governo, cobrando políticas de apoio a iniciativas sustentáveis e que promovam um equilíbrio entre a vida humana e a natureza.

Quer ler mais artigos que falem sobre esse tema? Separamos alguns aqui do blog:

O que é a Agenda 2030 da Onu?

Por que a energia sustentável no plano de governo deve ser estratégica?

O que esperar do próximo governo sobre energia renovável?

Até a próxima!

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