Se você pensa ou já pensou em ter sua própria usina solar fotovoltaica, provavelmente andou se perguntando: “Quantos painéis solares vou precisar para realizar meu projeto?”.
Bom, apesar de parecer algo bem simples e objetivo, a resposta para essa pergunta é um pouquinho mais complicada. Afinal, a quantidade de painéis solares dentro de um projeto depende de vários fatores externos. E claro, sempre dependerá do consumo de energia, pois quanto maior a necessidade de geração de energia, maior será a potência da usina.
Neste artigo vamos explicar um pouco sobre os fatores que influenciam na quantidade de painéis solares (módulos fotovoltaicos) que seu projeto terá. Acompanhe até o final para entender todos os pontos.
O que consideramos na hora de determinar quantos painéis solares serão necessários?
Como dito anteriormente, decidir a quantidade de painéis solares do projeto depende de alguns passos fundamentais. Separamos os principais aqui:
Energia consumida
Sua conta de energia será uma grande aliada durante todo o processo, sendo algo indispensável na hora de decidir quantos painéis solares terão na usina. Nela, você encontrará seu histórico de consumo, identificará seu grupo tarifário e o valor da tarifa.
O primeiro passo é entender qual será o consumo de energia atendido pelo projeto. Para isso, você precisa ter em mãos o histórico de consumo dos últimos seis ou doze meses. Com ele, podemos calcular a média de gastos da sua residência, comércio ou indústria e ter um parâmetro para dimensionar a potência (kWp) da sua usina solar.
Grupo tarifário
Caso você não conheça, os grupos tarifários são classificações fixas das unidades consumidoras. De forma geral, eles servem para organizar os consumidores conforme a tensão utilizada, o que possibilita um melhor ajuste de preço, levando em consideração os gastos de cada cliente.
Essa divisão é feita em dois grupos A e B, que se dividem em subgrupos.
Grupo A
Pertencem ao Grupo A os consumidores que recebem um valor maior ou igual a 2,3 kV (alta tensão). Isso engloba os shopping centers, grandes centros comerciais, indústrias, agências bancárias, prédios comerciais e prédios residenciais.
Se você faz parte desse grupo, será necessário fazer a média do consumo de acordo com os postos tarifários. Dessa forma, faremos uma média do Horário de Ponta, Horário Fora Ponta e Horário Reservado, que tem um cálculo específico para definir quanto o sistema deve gerar.
Grupo B
Os integrantes do Grupo B são aqueles que recebem energia elétrica em tensão inferior a 2,3 kV (baixa tensão). Isso engloba consumidores residenciais, pequenos comércios e edifícios residenciais atendidos em 127V ou 220V.
Nesse caso, faremos uma média simples do consumo de energia elétrica dos últimos doze meses.
Valor da tarifa
Além do grupo tarifário, o valor da tarifa também será um fator importante na hora de definir quantos painéis serão utilizados em projetos do Grupo A. Isso porque, para chegar na média de consumo, usamos uma relação entre as tarifas de cada horário. Veja o exemplo a seguir:
Um grande comércio possui as seguintes tarifas:
- Tarifa Horário Ponta: R$ 2,42
- Tarifa Horário Fora Ponta: R$ 0,54
Porém, toda tarifa é composta pela TUSD + TE, ou seja, Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição + Tarifa de Energia. E para calcular a energia a ser gerada no horário de ponta, precisamos da proporção entre as tarifas de ponta e fora ponta, considerando apenas a parte TE da tarifa.
Assim, teremos:
- Tarifa TE Horário Ponta: R$ 0,38
- Tarifa TE Horário Fora Ponta: R$ 0,23
Sendo o consumo médio dos últimos doze meses no horário de ponta igual à 1.000 kWh, faremos:
(R$0,38 ÷ R$ 0,23) X 1000 = 1.632,41 kWh
Portanto, o sistema precisará gerar 1.632,41 kWh para atender o consumo de 1.000 kWh do horário de ponta. Já nos demais horários, o consumo considerado será uma média simples dos doze meses de consumo registrados na conta. Logo, se o consumo deste cliente é 1.000 kWh no horário ponta, 2.000 kWh no horário fora ponta e 0 kWh no horário reservado, consideram-se 3.632,41 kWh a serem gerados pelo sistema fotovoltaico.
Já para o Grupo B, o valor da tarifa será usado apenas para mostrar a economia real ao instalar a usina, ou seja, não terá influência direta em quantos painéis solares serão necessários.
Tipo de ligação
Sempre dizemos aos clientes do Grupo B que a energia solar pode economizar até 95% da conta. Mas por que não é possível economizar 100%? O motivo disso é o que chamamos de taxa mínima de energia.
Escrevemos um blog que pode te ajudar a entender o motivo de pagar uma taxa mínima de energia, mesmo sem usar.
Os tipos de ligações são as três classificações do Grupo B: monofásica, bifásica e trifásica. Eles definem a taxa mínima que o cliente pagará na conta após instalar a energia solar fotovoltaica.
Funciona da seguinte forma:
- Se o cliente é monofásico, ele pagará o valor da conta de energia referente ao consumo de apenas 30 kWh;
- Se for bifásico, esse valor será 50 kWh;
- Por fim, se for trifásico, o valor será referente a 100 kWh.
E é justamente essa informação que terá influência na quantidade de painéis. Devido a obrigatoriedade da cobrança da taxa mínima de energia para suprir os custos de uso da estrutura da concessionária de energia, mesmo quando o consumo é abaixo do mínimo estabelecido, é de costume descontar a taxa mínima da média de consumo da conta para dimensionar o sistema.
Ou seja, se o consumo médio do cliente é 600 kWh e a unidade consumidora dele é trifásica, consideramos que será preciso gerar 500 kWh para abater o consumo total dele.
Região e incidência solar
Outro fator determinante na hora de calcular quantos painéis solares serão necessários na usina solar é a região e a incidência solar.
Para entender melhor como isso pode afetar na quantidade de painéis, precisamos compreender a diferença entre irradiância e irradiação solar.
O primeiro termo, representa o fluxo de energia radiante instantâneo que incide sobre a superfície. Já o segundo, se diz respeito a quantidade de energia radiante que incide em uma superfície durante um intervalo de tempo.
O ponto principal é que moramos em um país com grande extensão territorial, isso significa que temos diferentes temperaturas e climas em cada local. Segundo informações presentes no Atlas Brasileiro de Energia Solar, divulgado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), podemos verificar o potencial de radiação solar diária para cada região do país. Veja a tabela abaixo:
Com isso, se seu projeto for realizado em uma região com mais incidência de radiação solar (período de tempo), poderá utilizar uma quantidade menor de painéis do que em regiões com menor incidência, a depender também da temperatura em que os equipamentos estarão trabalhando.
Quer saber exatamente quantos painéis solares seu projeto vai precisar?
É preciso ter em mente que, mesmo depois de todos esses passos, também precisamos levar em consideração o local de instalação da usina. Caso se trate de uma instalação em telhado, por exemplo, ele está voltado para uma orientação de boa incidência solar? O ângulo é favorável? Qual será a potência do inversor solar?
O jeito mais fácil para descobrir a quantidade exata de painéis solares para seu projeto é contratando uma boa empresa de energia solar fotovoltaica. Dessa forma, poderá fazer um orçamento completo, com todas as informações necessárias para iniciar o projeto e começar a economizar na conta de energia da sua unidade consumidora.
Aqui na Yellot, fazemos seu orçamento e analisamos seu projeto de forma gratuita. Caso seja do seu interesse, entre em contato com a gente, venha fazer parte de um futuro mais sustentável.