Atualizado por Raphael Fernandes em Agosto/2021.
A autoprodução de energia é um conceito em que o consumidor também é produtor da sua eletricidade. Ou seja, ele é um “prossumidor”. Nessa modalidade, todas as unidades consumidoras de uma unidade de negócio podem substituir parte da sua demanda ou supri-la totalmente a partir de uma fonte renovável. Além disso, a energia produzida pode ser de uso exclusivo do seu negócio ou compartilhada com outros consumidores.
Apesar do assunto estar em pauta nos últimos anos, a autoprodução de energia não é algo recente. De acordo com a Associação da Indústria de Cogeração de Energia (Cogen), durante a primeira década do século passado, foram criados os primeiros sistemas de cogeração. Vale ressaltar que essa era uma época em que a produção centralizada de eletricidade quase não existia.
No Brasil, a cogeração se intensificou durante os anos 1980, em um momento onde usinas utilizavam o bagaço da cana-de-açúcar para gerar sua energia. Além disso, a partir de 1990, a autoprodução começou a ser tendência entre indústrias com alta demanda energética, quando empresários passaram a investir na construção de hidrelétricas em prol de uma fonte de energia mais barata.
Porém, com as crescentes restrições ambientais para novos projetos de usinas hidrelétricas desta época, e também a partir da criação do mercado livre de energia, ocorreu uma redução nos investimentos para a geração própria.
A autoprodução voltou a estar em pauta há pouco mais de cinco anos, quando novas tecnologias e modelos de negócios surgiram, impulsionados pela energia solar e eólica. Outro ponto decisivo foi a busca por soluções mais eficientes e sustentáveis a longo prazo. Para isso, as fontes renováveis são essenciais.
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Como funciona essa modalidade?
A autoprodução é a alternativa mais inteligente para resolver um problema atual: aliviar a saturação do nosso sistema elétrico. Além disso, ela ajuda a reduzir despesas, promove estabilidade energética do local e favorece o desenvolvimento sustentável de negócios.
O consumidor que atua na categoria de “autoprodutor” pode estar tanto no mercado cativo, quanto no mercado livre, apesar de ser mais comum eles estarem na segunda modalidade.
Quem opta pela autoprodução de energia limpa reduz a incidência de alguns encargos setoriais, como:
- Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), e a Conta Proinfa (Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia) nas parcelas, em R$/MWh,
- Tarifas de Uso dos Sistemas de Distribuição (TUSD) e das Tarifas de Uso dos Sistemas de Transmissão (TUST).
- Encargo de Energia de Reserva (EER)
- Encargo de Serviços do Sistema – Segurança Energética (ESS-SE)
Essa modalidade pode acontecer a partir de qualquer fonte de energia – com vantagens adicionais para as renováveis – e de formas distintas. São elas: autoprodução contígua (in situ ou dentro da cerca) e autoprodução remota (ou fora da cerca). Entenda as diferenças entre elas:
- Autoprodução Contígua (in situ ou dentro da cerca)
Com 77% de representatividade, é quando a geração e o consumo de energia acontecem no mesmo local. Parte da energia não passa pelo medidor e não há uso do sistema de distribuição ou Sistema Interligado Nacional (SIN) para transportar a eletricidade.
- Autoprodução remota (ou fora da cerca)
Acontece quando a usina está em um local diferente do ponto de consumo. Nesse caso, o autoprodutor utiliza as redes do Sistema Interligado Nacional (SIN).
- Geração compartilhada
Modelos societários que permitem a uma unidade geradora distribuir a energia entre vários integrantes com CNPJ ou CPF distintos, por meio de consórcio, cooperativa ou condomínio.
Entenda mais: Guia atual da Geração Distribuída no Brasil
O que acontece quando geramos nossa própria energia?
Como investimento privado, a autoprodução contribui para o crescimento do parque gerador de energia, tornando o sistema mais seguro e flexível. Além disso, um outro benefício é que ela reduz a demanda por ampliações e reforços constantes nas redes de transmissão/distribuição, reduzindo perdas de energia.
Com a geração própria, podemos fazer uma antecipação de gastos com energia durante a validade do contrato. Isso ajuda a proteger o prossumidor contra a volatilidade dos preços do mercado cativo e reduz custos. Cabe falar aqui também que o autoprodutor pode vender a produção excedente para outros agentes através da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
Além dos benefícios próprios de quem está gerando sua energia, a autoprodução também reduz expressivamente a emissão de gases de efeito estufa. Dessa forma, podemos colaborar ativamente para alcançar protocolos e metas de sustentabilidade.
Em relação à construção do futuro, quando optamos por fontes renováveis em contratos de longo prazo, estamos contribuindo para o desenvolvimento de novos parques geradores de energia limpa. A partir disso, a cadeia produtiva se movimenta, abrindo novos caminhos para impulsionar a tecnologia em prol da economia e sociedade.
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