Se você vive no Brasil, já não é nenhuma surpresa as notícias de energia mais cara em 2020, não é mesmo?
Desde outubro de 2019 a mídia vem divulgando que, sim, por mais um ano, a nossa eletricidade poderá ficar mais cara – e por vários motivos que você vai entender no post de hoje.
Aumento no orçamento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE)
2,42%: este é o percentual previsto de aumento médio nas contas de energia em 2020. O anúncio foi feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que aprovou um aumento no orçamento para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).
A CDE é um dos subsídios pagos pelos consumidores brasileiros de energia elétrica, que inclui as seguintes despesas:
- usuários de fontes de energia solar e eólica;
- subsídios ao carvão mineral brasileiro;
- irrigação na agricultura;
- produção de energia termelétrica em sistemas isolados por meio da Conta de Consumos de Combustíveis (CCC);
- descontos da tarifa social para consumidores de baixa renda;
- subsídios para custear a universalização do acesso à energia pelo programa Luz para Todos.
Segundo publicação da Agência Brasil, o órgão de imprensa oficial do governo, o orçamento da CDE saltará de R$ 20,208 bilhões para R$ 22,453 bilhões – ou seja, um aumento de 11%. Desse total, 27% foi o aumento da parte paga pelos consumidores para a concessão dos subsídios – passando de R$ 16,238 bilhões para R$ 20,654 bilhões.
O motivo que explica a energia mais cara em 2020
O aumento no percentual que será repassado aos brasileiros, tendo como consequência a energia mais cara em 2020, tem um motivo: os custos da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC). É justamente essa parte da CDE que ficará mais cara.
A CCC é um fundo utilizado para cobrir o custo dos combustíveis fósseis – como o carvão e o óleo diesel – na produção de energia em usinas termelétricas. Em locais isolados do Brasil, os moradores são atendidos justamente por esse sistema de energia mais cara e parte desses custos acabam sendo divididos nas contas dos brasileiros em geral.
Esse aumento na CCC – mais precisamente de 20%, ou, R$ 7,586 bilhões – também se justifica, entre outros motivos, por conta da questão venezuelana: como existe, no momento, a impossibilidade de importar energia da Venezuela para atender Boa Vista (RR), e a região não estar interligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN), os moradores desse município serão abastecidos com energia das termelétricas.
Ou seja, a energia mais cara em 2020 se dará, em grande parte, ao aumento do custo dos combustíveis para gerar energia pelas termelétricas.Além disso, segundo a Aneel, os outros motivos são:
- o pagamento do restante de um possível déficit nas contas do setor em 2019;
- a constituição de um fundo de reserva técnica, que custará R$ 500 milhões;
- a desverticalização da distribuidora Amazonas Energia S.A., que transferiu os ativos de geração de energia e também de gás natural para a Eletrobras Amazonas GT.
Vale dizer que a definição desse orçamento da CDE depende da análise e decisão feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Aliás, já foi determinada a retirada da CDE dos custos de subsídios que não estejam diretamente ligados ao setor de energia (como as atividades de irrigação, por exemplo). Se essa determinação do TCU for confirmada, poderá ocorrer a redução da cota paga pelos consumidores.
Por enquanto, aguardemos os próximos capítulos. Enquanto isso não sabemos se a energia mais cara em 2020 será realidade ou não, saiba por que a energia elétrica no Brasil é, sim, uma das mais caras do mundo – e o que você pode fazer para salvar o seu orçamento financeiro e não pagar toda essa conta.