Aqui no blog, nós sempre falamos sobre o quanto os brasileiros sofrem com as taxas na conta de luz e também já explicamos o porquê elas são tão altas.
Aí, vez ou outra nos deparamos com notícias de queda na conta de energia – mas, logo em seguida, as informações são outras: um novo aumento está por vir. É sempre assim e, infelizmente, continuará sendo se não mudarmos a forma como geramos a nossa eletricidade.
Já explicamos nesse post que, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o custo de geração da energia elétrica representa a maior parcela do valor da conta (53,5%), seguido dos tributos (29,5%) e os gastos de distribuição (17%) – e isso realmente pesa no bolso dos brasileiros.
Mas, afinal de contas, por que o custo da energia vai continuar aumentando? Eis algumas explicações:
1. Porque ainda dependemos das usinas termelétricas
Embora a nossa principal matriz energética seja a hidrelétrica, o fato é que, nos últimos anos, mais precisamente desde 2013, estamos passando por vários e longos períodos de estiagem, o que vem secando os maiores reservatórios do país.
Dá só uma olhada na queda de volume útil dos principais reservatórios entre os meses de maio e outubro de 2017:
Nesse sentido, devemos levar em consideração que, para o governo, dois fatores são decisivos para os reajustes nas bandeiras tarifárias e, consequentemente, na conta de energia:
- A previsão de chuva;
- O nível dos reservatórios das hidrelétricas.
Isso significa que, mesmo que chova, se o nível dos reservatórios ainda estiver baixo, o governo continuará acionando as termelétricas, que têm um custo de produção e distribuição de energia bem superior (além de ser poluentes). A conta desse gasto extra, então, é repassada ao consumidor.
Isso explica o recente aumento na bandeira vermelha, divulgado no final de outubro de 2017 pela Aneel, de R$ 3,50 para R$ 5,00 a cada 100 KWh consumidos, representando um aumento de 42,8%.
2. Porque as distribuidoras contraem empréstimos do governo
Desde 2014, as distribuidoras de energia já contraíram três empréstimos do governo para cobrir gastos extras com a compra de energia no mercado.
Até abril de 2017, os financiamentos já estavam na ordem de R$ 21,1 bilhões e, com os juros, devem atingir R$ 37,4 bilhões, segundo informações da Aneel divulgadas pelo Estado de Minas.
Ficou acordado que esses valores de quitação da dívida seriam repassados aos consumidores até abril de 2020.
Na época do empréstimo, a ideia que se evitasse um reajuste muito elevado aos consumidores de uma só vez, mas em 2015, no auge da crise econômica (e após o período eleitoral, é claro), o governo desistiu de represar os preços e autorizou um reajuste de 50% nas contas de energia.
Você ainda acredita que o custo da energia vai diminuir em algum momento?
3. O custo da energia vai subir porque a matriz energética brasileira não acompanha o crescimento econômico
O custo da energia também vai continuar aumentando porque a capacidade de geração no Brasil não acompanha o crescimento da economia.
Isso porque, se por um lado, em um cenário de crise nós pagamos a conta de empréstimos e das termelétricas, em um momento de crescimento, é de se esperar o aumento da demanda.
Não é à toa que o apagão de 2001 foi causado, dentre outros fatores, pelo aumento do consumo de energia graças ao crescimento populacional na contramão da falta de planejamento econômico por parte do governo.
4. Porque os reajustes são autorizados pela Aneel
Pode até parecer óbvio, mas é fato que a Aneel autoriza 1 reajuste por ano em cada uma das 63 distribuidoras do Brasil, que têm data específica definida em contrato.
Esse reajuste busca, segundo a Aneel, ajustar a receita de cada concessionária, o que inclui desde previsão de arrecadação de tributos nas contas de energia até gastos com investimentos e compra de energia para atender aos consumidores.
Ou seja, o custo da energia vai continuar aumentando ao menos uma vez por ano, mesmo que os reservatórios estejam cheios novamente – afinal, nós também pagamos a conta dos investimentos das distribuidoras.
Existem outros argumentos que explicam o porquê o custo da energia elétrica vai continuar subindo em nosso país, mas esses já são suficientes para nos mostrar que precisamos mudar o atual cenário.
Se, por um lado, o governo precisa renovar a sua matriz para outras fontes limpas e renováveis, como a energia solar, por outro, também precisamos começar a produzir a nossa própria energia para nos livrarmos o máximo que pudermos desses constantes reajustes – alguns deles que excedem a lógica.
Portanto, se você está interessado em saber como a energia solar pode transformar para melhor a sua residência, o seu empreendimento ou a sua produção rural, entre em contato conosco para conversamos melhor. Até a próxima!