É bem provável que você tenha acompanhado nas últimas semanas as notícias que o governo estuda extinguir o horário de verão – o que acabou não ocorrendo em 2017, mas ainda levanta dúvidas sobre 2018.
O anúncio foi feito após a divulgação de um estudo do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que aponta que o horário de verão não tem surtido efeito na economia de energia elétrica no país – o que é, afinal, o principal objetivo da medida.
De acordo com esse estudo, o perfil de consumo da energia elétrica mudou, permanecendo mais uniforme durante o dia, resultando numa economia cada vez menor.
Como já dissemos aqui no blog, se o horário de verão não está significando mais uma economia de energia para o país como um todo, imagine, então, para os bolsos dos milhões de brasileiros que, num espaço de tempo cada vez menor, levam sustos com os constantes aumentos das bandeiras tarifárias – como o divulgado no final de outubro de 2017, quando a tarifa vermelha sofreu um aumento de 43% e passou de R$ 3,50 para R$ 5,00 a cada 100 kWh.
O que fazer? Existem, sim, alternativas que podem reverter esse quadro e a principal delas é limpa, renovável e possui como fonte uma matéria-prima abundante no planeta: o Sol.
No post de hoje, vamos falar sobre quais rumos o Brasil precisa tomar para, realmente, reduzir o gasto com energia no horário de verão – e o que você também pode fazer para sentir uma grande economia em seu bolso nesse período do ano.
O que o país precisa fazer para reduzir o gasto com energia no horário de verão?
Vamos falar sobre duas principais medidas que o Brasil precisa adotar com mais força para que tenha uma energia mais abundante e sustentável:
1. Otimizar a matriz energética para energias mais limpas
No Brasil, mais de 95% da energia elétrica produzida é proveniente de usinas hidrelétricas. Apesar de ser uma fonte de energia renovável e não emitir poluentes, a energia hidrelétrica não está isenta de problemas ambientais e sociais. Ou seja, a energia hidrelétrica é renovável, mas causa grandes impactos socioambientais.
Quer exemplos? Somente a parte de construção de uma usina hidrelétrica pode gerar vários impactos, como o aumento da população de trabalhadores no grande canteiro de obras, no aumento da produção de lixo e esgoto sanitário, na supressão da vegetação nativa para a ocupação da área, na diminuição dos alimentos encontrados na natureza pela população local (principalmente se for uma população indígena), etc.
Além disso, não é à toa que períodos longos de estiagem fazem com o que os reservatórios fiquem vazios – e, nesse caso, a conta de energia sobe ainda mais, pois nesses períodos, dependemos mais das usinas termelétricas, que são mais caras e, infelizmente, poluentes.
Na contramão dessa realidade, se o país começar a investir em fontes de energia igualmente renováveis mas efetivamente limpas, como a solar e a eólica, certamente os preços da produção diminuiriam, e, principalmente, não haveria impactos socioambientais nos locais de geração.
2. Incentivar o acesso à energia solar e à geração distribuída
Como, felizmente, a energia solar é acessível a pessoas físicas e jurídicas (existem, inclusive, vários tipos de financiamentos disponíveis), atualmente, podemos ter esse tipo de produção em casas, comércios, escolas, indústrias e na produção rural.
Mas o governo, definitivamente, precisa incentivar ainda mais a expansão da energia solar nas casas dos brasileiros, revendo tarifas e custos de importação, as taxas de juros e impostos sob os produtos que compõem o sistema fotovoltaico e incentivando a energia distribuída – que, consequentemente, permite a redução do gasto com energia e transmissão.
A geração distribuída está baseada em um sistema de compensação de energia regulamentada pela Aneel – no caso, a Resolução Normativa 482/2012, sendo revisada e substituída pela Resolução Normativa 687/2015.
De um modo geral, os brasileiros que produzem a própria energia por meio do sistema fotovoltaico podem utilizar o excedente como créditos na concessionária de energia, a serem utilizados em até 60 meses. Dessa forma, a conta mensal cai drasticamente – e essa redução de gasto com energia pode chegar a 95% em alguns casos.
Para entender melhor sobre a geração distribuída, leia esse post.
O que o consumidor precisa fazer para economizar energia no horário de verão?
Aqui no blog da Dusol, nós sempre damos dicas de economia sustentável, incentivando pessoas físicas e jurídicas a reduzirem seu gasto com energia, para, assim, investir em outras áreas de suas vidas.
Mas saiba que no horário de verão também é época de economizar – e é possível reduzir o gasto com energia, também, nessa temporada. Vamos relembrar, a seguir, algumas dessas dicas:
Economia de energia para residências
- Saiba utilizar o ar condicionado: mantenha o aparelho ligado em 23ºC, que permite o resfriamento sem forçar o equipamento (isso pode reduzir pela metade o consumo), e mantenha a limpeza e a manutenção em dia para reduzir o gasto com energia.
- Deixe as luzes desligadas durante o dia e substitua as lâmpadas da casa pelas de LED, que são bem mais econômicas e possuem grande vida útil.
- Pinte as paredes da casa de cores claras (de preferência na cor branca) para refletir a luz natural e não haver necessidade de ligar lâmpadas a todo instante.
- Não se esqueça de manter a chave do chuveiro na posição “verão”, para economizar até 30% de energia, e se a resistência estiver queimada, troque-a imediatamente.
- Só utilize eletrodomésticos com selo Procel A, que garante maior economia e eficiência.
- Tire os eletrônicos da tomada quando não estiverem sendo usados.
- Programe a função sleep na televisão, para não dormir com ela ligada.
- Invista na energia solar em sua residência, pois assim você consegue monitorar a produção e o consumo, reduzindo ainda mais o gasto com energia; afinal, no horário de verão, temos grande abundância de Sol.
Economia de energia para o setor público e privado
- Invista na circulação de ar do imóvel: se ele permitir reformas, troque as janelas por modelos amplos e com vidros duplos (que possuam uma camada de ar entre eles, ajudando a resfriar o ambiente), diminua divisórias e unifique os espaços, além de pintar as paredes e o teto de tons claros.
- Instale sensores de presença nos ambientes: em locais onde as pessoas ficam por um pequeno período de tempo (como nos banheiros ou em halls), os sensores de presença permitem que os equipamentos sejam ativados somente nos momentos em que há pessoas utilizando o espaço.
- Se o seu comércio possui muitos freezers, invista na manutenção deles e na utilização de termostato. Essa peça faz com que o compressor que resfria os equipamentos se desligue ou seja religado de acordo com a temperatura, impedindo que os freezers trabalhem o tempo todo na potência máxima.
- Saiba reaproveitar a energia gerada: se você tem um restaurante ou pizzaria, por exemplo, sabe que o calor que se espalha para o lado de fora da cozinha provoca perda. Você pode utilizar serpentinas com água corrente que criam um depósito de água quente para ser utilizada na lavagem da gordura dos pratos, economizando no aquecimento da água.
Como vimos no post de hoje, reduzir o gasto com energia no horário de verão é possível para nós, consumidores; basta um pouco de planejamento e investimento em formas mais sustentáveis de viver e tocar os negócios.
Quanto ao governo, precisamos continuar cobrando por mais medidas de incentivo ao uso de energias renováveis, dado o excelente potencial brasileiro para tanto.
Se você se interessou em conhecer mais sobre a energia solar e o que ela pode fazer pela sua casa, negócio ou produção rural, clique aqui e entre em contato conosco! Até a próxima.